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Publicado em 13 setembro, 2022

Prepare-se agora para não precisar contar com a sorte nas vendas de fim de ano

Com planejamento e trabalho duro, seu negócio vai lucrar nos próximos meses. Mas, se acreditar no Papai Noel, não hesite em pedir a ele o hexa na Copa.    

Você pode trabalhar muito, se planejar arduamente e investir noites em claro para preparar o cardápio de fim de ano. Sempre vai ouvir de alguém que o sucesso das vendas foi sorte. E, se você não agir, a única alternativa é contar mesmo com o sentimento místico de ser privilegiado pelo universo. Em 2022, poderemos, ao menos, contar com Papai Noel vestido de verde e amarelo. Se você é um dos empresários que prefere fazer sua parte, vamos juntos construir um fim de ano lucrativo e rentável. Afinal de contas, as perspectivas de venda do varejo para os próximos meses são animadoras. 

Neste ano, temos alguns diferenciais com um volume substancial de possibilidades para geração de bons negócios. Com a taxa de juros caindo, IPCA possivelmente abaixo de dois dígitos e, portanto, perspectiva de inflação com uma das menores – se comparada a grandes outros países, como os da Europa e os Estados Unidos – há um favorecimento do mercado nacional. Precisamos nos preparar ainda mais para um ápice de vendas até o final do ano. 

Há uma injeção de dinheiro no mercado por meio dos benefícios ofertados pelo governo; a abertura de postos de trabalho também impulsionada pela empregabilidade de pessoas nas eleições; e, claro, eventos e datas sazonais de fim de ano, como Dia das Crianças, Black Friday, eleições (especialmente nas lojas próximas aos locais de votação), Copa do Mundo e o Natal, momentos esses com uma grande probabilidade positiva de impacto nas vendas. 

O desafio é que nós precisamos colocar novos jogadores em campo marcando o adversário e com os atacantes na grande área, ou seja, estruturar ações para que a empresa possa estar preparada para essas datas ao mesmo tempo em que o negócio está funcionando. Fácil não é, mas é possível se você começar agora. No Dia das Crianças, por exemplo, avalie o mix de produtos que você já possui e que, com pequenos ajustes de finalização, decoração e embalagem, já compõem como atrativo do público infantil. Vale ainda, nas lojas que possuem espaço, pensar na criação de eventos personalizados, com a equipe fantasiada de personagens e super-heróis, oficinas de mini chefs etc. 

A Black Friday não precisa ter as ações restritas à última sexta-feira de novembro. Pense, inclusive, que os principais players de mercado que são seus concorrentes, como grandes redes, aplicativos e marketplaces, usam de um prazo muito maior para divulgar as ações. Algumas fazem pré Black Friday, Black Week (a semana toda de promoções) e até a Black das Blacks, iconizada pela gigante Magalu e que é um exemplo de estratégia a ser estudada por nós. Se você ainda acha que essa data não é hábito de brasileiro, se engana: no ano passado, as vendas de Black Friday somaram R$ 4 bilhões só no e-commerce e apenas contabilizando o faturamento na própria sexta-feira da promoção, conforme estudo da Neotrust. 

O período eleitoral abre também uma oportunidade de negócios, seja na oferta de lanches para equipes de trabalho, venda de coffee break para eventos partidários ou no movimento que aumenta nas lojas que ficam próximas das zonas de votação. Contudo, alerto para uma percepção pessoal: evite expor e, principalmente, impor, suas escolhas pessoais no âmbito político como uma verdade do seu negócio. Como diz o velho ditado, política, religião e futebol não devemos discutir.

E o tão aguardado Natal será, esse ano, misturado com Copa do Mundo. O maior evento futebolístico do planeta vai de 20 de novembro a 18 de dezembro, portanto, Papai Noel vestirá verde e amarelo. Essas cores, inclusive, podemos pensar com certa cautela no uso, uma vez que o uso delas está politicamente atribuído a determinado partido e, como disse a pouco, a jogada mais segura nos negócios é não se posicionar com polêmicas. A padaria e o supermercado, por essência, são ambientes democráticos e todos são mais do que bem-vindos. 

Retomando o tópico de produtos, invista em buscar inspirações e referências coloridas, com a cores das bandeiras dos países jogando no dia e também do Brasil; kits para assistir aos jogos em casa; buffet ou combos de lanches e petiscos para consumo na loja; parceria com cervejarias locais etc. Vale, inclusive, acompanhar de perto o calendário dos jogos e estar atento aos horários das partidas para ajustar a oferta de serviços. 

Já no início de novembro devemos ter claro qual será esse mix de produtos, tanto de Copa quanto de Natal. Neste último, destaque para menu com pratos de ceia, sobremesas, cardápio de cestas, lembrancinhas e panetones artesanais. Não se esqueça de preparar o material de divulgação, antecipar a compra de matéria-prima e embalagens, além de fazer a escala de funcionários que trabalharão na data.  

Não poderíamos deixar de citar a necessidade urgente de rever os preços, atualizando os valores dos produtos, uma vez que houve uma alta significativa de vários insumos, remetendo a uma atualização dos custos dos produtos para uma possível atualização nos preços de venda. Esse é um ponto de grande alerta para que não haja uma venda alta de produtos (portanto, alto impacto de venda) com baixa rentabilidade e, em alguns casos, até prejuízo. 

É importante também rever a estrutura de vendas digitais. O cliente vai continuar a comprar online e a comunicação nas redes sociais é essencial. Inclusive, comece já a trabalhar seu relacionamento no Whatsapp com a base de clientes cadastrada para sinalizar a ela sobre quais são as ações previstas para cada uma das datas sazonais. Trabalhe muito para impactar, se antecipar e gerar o desejo de compra. E, por último, reforce o treinamento com a equipe, a definição dos postos de trabalho nos momentos de pico, as expectativas sobre a atuação de cada colaborador, as metas e as bonificações.

Afinal, como você já deve ter lido nos conteúdos que escrevemos, “o impossível só vira realidade se você estiver bem preparado quando a chance aparecer”, frase do célebre esportista Oscar Schmidt. Se você não se preparar, é possível que ficará com a ideia de que não tem sorte ou de que o mercado não foi aquecido o suficiente. Precisamos, com urgência, definir se vamos justificar a incompetência ou acreditar nas fábulas como salvação dos negócios. Eu prefiro a boa e velha receita de trabalho duro, guardando meu pedido do bom velhinho para mais um título na Copa. Um abraço e até a próxima!