Imagem post PERSPECTIVAS DO VAREJO: O QUE O ANO DE 2023 NOS RESERVA, SEM FILTROS

Publicado em 1 fevereiro, 2023

PERSPECTIVAS DO VAREJO: O QUE O ANO DE 2023 NOS RESERVA, SEM FILTROS

O ano promete grandes desafios (não vou negar), mas eu quero te convidar a enxergar as oportunidades de relacionamento e venda.

Você está preparado para o que vai ler a seguir? Te adianto que gostaria de começar com dados mais festivos, mas a realidade é que a alta inflação dos preços em 2022 refletiu em mudanças na rotina de compra e consumo dos brasileiros, conforme aponta o relatório Consumer Insights, da Kantar. O cenário econômico delicado resultou na redução das “compras do mês”, que foram trocadas pela obtenção de produtos esporádicos e em diferentes pontos de venda, em busca de ofertas. Um estudo do Dieese também confirma os resultados aquém das expectativas. Em 17 capitais brasileiras, houve aumentos nos preços dos alimentos, comparando o mês de dezembro de 2022 com o mesmo período de 2021. 

Além disso,dados do Indicador de Atividade do Comércio – de forma geral, não exclusivo de negócios de alimentos –  mostram que as vendas do varejo físico brasileiro fecharam o ano de 2022 com alta de 0,9%. Em relação a 2021, a comparação mostra um enfraquecimento de 4 pontos percentuais sobre a atividade varejista, que acabou o ano com um crescimento mais expressivo, de 4,9%. Além disso, o número registrado (0,9%) é o segundo menor de toda a série histórica do índice, que teve início em 2001, e só perde para 2003 quando o marcou 0,8%. Esses balanços nos obrigam a refletir sobre como será o ano que se iniciou e se 2023 será, finalmente, o ponto de virada que tanto desejamos. 

Vale frisar que, em 2022, as cidades de Goiânia (17,98%), Brasília (17,25%), Campo Grande (16,03%) e Belo Horizonte (15,06%) tiveram as altas mais expressivas no preço da cesta básica, na comparação com dezembro de 2021 – ou seja, são as cestas com maior aumento. Já os maiores custos foram em São Paulo (R$ 791,29), Florianópolis (R$ 769,19) e Porto Alegre (R$ 765,63) – portanto, as cidades com as cestas mais caras. Dentre os 13 produtos da cesta, oito apresentaram alta de preço em todas as capitais. Foram eles: leite integral, pão francês, café em pó, banana, manteiga, farinha de trigo, batata e farinha de mandioca. Houve ainda uma queda de 1,9% em unidades, com -11% de itens comprados por ida aos mercados. 

Levando em consideração esses levantamentos, fica claro constatar que o ambiente de negócios no Brasil para o setor varejista em 2023 será, no mínimo, desafiador. A inflação continuará alta, forçando os juros e freando um crescimento econômico robusto. Fatores externos, como a guerra na Ucrânia, ainda deixam em alerta à economia mundial, além do alto endividamento das famílias que contribui para segurar o consumo. Como se não bastasse, haverá nove feriados no Brasil neste ano, sendo que somente um não cairá em dia útil, o que de acordo com estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC) resulta em perda de R$ 2,46 bilhões por dia para o setor varejista. Diante disso, os empresários precisam se planejar. 

Investir na multiplicidade dos canais de venda é primordial para aumentar a competitividade do mercado. Com canais bem definidos, seja on-line ou off-line, a empresa pode divulgar suas ofertas para atrair o público presente em ambos os meios. As vendas on-line já são importantes há algum tempo, pela comodidade e pela segurança de comprar de casa, principalmente, após o isolamento social. Mas, como ainda há quem duvide, listei fatos importantes para te convencer ou reforçar a importância do digital no varejo de alimentos:

  • De acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), entre março e maio de 2020, uma loja virtual foi aberta a cada minuto no Brasil, totalizando 107 mil novos negócios na internet. 
  • No Mercado Livre, considerando número de unidades vendidas, o leite condensado ocupa a terceira posição no ranking, atrás apenas do suplemento alimentar creatina (primeira colocação) e refletor de led (segunda posição).
  • A chegada e o fortalecimento de marcas exclusivas de venda online de supermercados prometem se manter em alta, abocanhando mais uma fatia no gráfico de canais de venda. Exemplos disso são Daki, Nana Delivery e Justo, dentre outros.
  • Segundo pesquisa realizada pela NielsenIQ|Ebit em parceria com a Bexy Pay, em um cenário do e-commerce brasileiro, o segmento de Alimentos e Bebidas foi o que mais cresceu em 2021, com um aumento de 107% nas vendas. 

Diversificar os canais de vendas on-line, como investir em e-commerce, e-mail marketing, programas de afiliados, redes sociais e Google ADS, também se faz necessário. O marketing de receitas milagrosas com poucas postagens ficou no passado, ainda bem, e cede lugar a uma comunicação mais voltada para o relacionamento e a criação de comunidades. Como dito pelo investidor americano Warren Buffet, “não é necessário fazer coisas extraordinárias para ter resultados extraordinários”. Compartilhando dessa filosofia, sugiro que faça investimentos reais, com metas tangíveis e num escopo enxuto. Isso significa que, se não puder fazer tudo, faça o que der conta – e em 2023 essa será a realidade da maior parte dos negócios. Não crie planos que irão por água abaixo em março ou abril. Coloque sua energia em estratégias de datas sazonais, planejamento para aumento de ticket médio e na atração do consumidor em mais momentos no decorrer do mês. 

Assim, é extremamente importante acompanhar as novidades e oscilações do mercado. Uma sugestão lucrativa é otimizar uma área de padaria dentro do supermercado, que estimula o fluxo de clientes na sua loja, possibilita inovar no desenvolvimento de produtos, controlando perdas, e estreita o relacionamento com o cliente. É importante gerenciar bem a produção para que se tenha sempre produtos frescos, minimizando rupturas e desperdícios. E lembre-se de divulgá-la nas suas redes sociais, encartes e demais meios de comunicação (WhatsApp, SMS, aplicativos, e-mail, entre outros) e realizar descontos, promoções e clubes de cupons.

Outra alternativa para aumento de rentabilidade e complemento de cesta de produtos é investir em produtos de fabricação própria e artesanais, já que isso proporciona uma série de vantagens para o negócio, como fixar melhor valor competitivo para angariar os consumidores que buscam custo-benefício e realizar ofertas exclusivas. Além disso, oferece maior liberdade criativa, dá autonomia na tomada de decisões e contribui para a fidelização do cliente.

Não quero ser pessimista, mas o ano de 2023 exigirá muito de nós. Demandará maior controle, maior acesso, minimização de custos, aumento da produtividade e uma dose de sorte. Não negarei que há perspectivas relativamente descrentes, mas eu prefiro olhar para esse cenário com uma realidade ainda não concretizada. Cabe a nós, empresários, usar todos os recursos que estiverem a nosso favor para virar o jogo e chegar em dezembro com um balanço positivo do ano. E nessa tarefa você pode sempre contar com a Ideal Consultoria para te ajudar a gerir o negócio com mais assertividade para superar os desafios. Espero que este artigo tenha te ajudado e siga a @consultideal para ler mais dicas sobre marketing, administração e vendas para food service.

Um abraço e até a próxima!