
Publicado em 16 dezembro, 2025
2026: O ANO DA ESTRATÉGIA, NÃO APENAS DA EXPECTATIVA
O se aproximar de um novo ano desperta, naturalmente, um sentimento de esperança. O brasileiro é, por natureza, otimista. Mas ignorar o cenário que se desenha seria ingenuidade. Vivemos um ambiente de incertezas que impacta diretamente o empresário: taxa de juros elevada, inflação ainda pressionada e um contexto político que traz instabilidade pela proximidade das eleições nos cargos mais elevados do país. Esse conjunto gera insegurança. E a insegurança, quando mal administrada, paralisa decisões.
Mas há um ponto essencial que precisa ser reforçado: o mercado sempre conviveu com ciclos de instabilidade. A diferença está em como cada gestor escolhe reagir. A pergunta que precisa ser feita não é “o que vai acontecer em 2026?”, mas sim: como o seu negócio vai se preparar para o que vier? Não dissipe sua energia com o que foge do seu controle. Invista sua atenção, sua competência e sua capacidade de gestão dentro do que está ao seu alcance: o seu próprio negócio.
As questões climáticas somadas aos cenários geopolíticos criam um ambiente propício para oscilações no preço dos insumos. Isso é fato. Porém, o mercado vem mostrando capacidade de adaptação. Substituição de insumos, renegociação com fornecedores e a entrada de novos players vêm reequilibrando as relações comerciais. As taxações americanas, inclusive, abriram oportunidades para mercados alternativos, minimizando parte dos impactos. O caos não é absoluto: ele é seletivo para quem não se organiza.
Você precisa estar do lado certo nessa preparação para 2026. Compartilho contigo quais são os principais pontos de atenção já previstos para o próximo ano. Debruce sua atenção sobre as informações e construa uma estratégia realmente eficaz para sua empresa. Vamos juntos!
Falta de mão de obra: o problema não é novo, a solução precisa ser
A carência de mão de obra deixou de ser exceção e passou a ser regra. Esperar que esse cenário se resolva sozinho é um dos maiores erros de gestão. Não se trata de ter esperança de mudança a curto prazo, mas de criar estruturas que sustentem a operação mesmo em cenários adversos.
O primeiro passo é entender que o colaborador não escolhe apenas salário. Ele escolhe contexto. Ter uma lista clara de benefícios e vantagens é o mínimo. A diferença está no quanto esses diferenciais tornam a empresa mais atrativa em um mercado competitivo por pessoas.
A segurança vai muito além dos EPIs. Segurança é processo, é gestão de pessoas, é comunicação clara e não agressiva. A NR1 trouxe um alerta definitivo sobre a saúde psíquica no ambiente de trabalho, mas a responsabilidade não é apenas legal. Cuidar da saúde mental e emocional é uma decisão moral e estratégica. Empresas que toleram comunicação violenta criam ambientes improdutivos, adoecidos e com alta rotatividade.
E aqui entra um ponto que poucos entendem na essência: meritocracia não é só dinheiro. Reconhecimento não precisa, obrigatoriamente, ser financeiro. O mercado mudou. O colaborador busca valor, não só preço. Dinâmicas de valorização por mérito fortalecem o vínculo, aumentam o senso de pertencimento e elevam o nível de comprometimento.
Automação não é mais diferencial, é sobrevivência
Automações deixaram de ser uma escolha estratégica e passaram a ser uma necessidade operacional. Importante deixar claro: automatizar não é substituir pessoas, é complementar capacidades. É reduzir o impacto da falta de mão de obra e aumentar a eficiência dos processos.
As automações impactam diretamente tanto o atendimento ao cliente quanto os processos produtivos. Equipamentos de autoatendimento, tecnologias de produção, ultracongeladores, gestão de programação de produção, estoques reguladores e escalas de trabalho mais inteligentes compõem uma estrutura essencial para quem quer desempenho.
Quando bem aplicadas, essas soluções ampliam a produtividade e ainda entregam algo mais valioso: um ambiente de trabalho mais saudável. Escalas mais equilibradas, possibilidade real de folgas, redução da sobrecarga nos finais de semana. Afinal, produtividade não precisa andar de mãos dadas com sofrimento.
Mas há uma verdade incontornável: equipamento sem processo é prejuízo. Sem definição clara de uso, sem disciplina operacional e sem gestão da rotina, a tecnologia vira enfeite caro. Processo é o que sustenta qualquer ganho de produtividade.
O seu concorrente não está mais na esquina
A concorrência deixou de ser local. Ela é total. O seu concorrente não precisa estar fisicamente ao seu lado – ele está dentro do celular do seu cliente. E muitos gestores ainda não trataram isso com a seriedade necessária.
Plataformas se integram, gigantes se unem, marketplaces expandem suas fronteiras. O jogo mudou. E quem não está presente no ambiente digital já está perdendo antes mesmo de competir.
Estar online não é apenas “ter um perfil”. É facilitar a compra. É estar no WhatsApp. É estar nas plataformas. É criar fluidez no processo de decisão do cliente. Mas, ao mesmo tempo, é fortalecer o relacionamento. CRM, ou seja, as operações que compreendem a gestão de relacionamento com o cliente, deixou de ser diferencial e virou obrigação.
Enquanto muitas empresas ainda hesitam, até os micro empresários, especialmente MEIs, dominam a linguagem digital, se comunicam melhor e conquistam mercado. Prova disso é a competência que possuem para se comunicar e vender nas redes sociais, habilidade essa que ainda lutamos nas pequenas, médias e grandes empresas para implantar e vivenciar.
O consumidor também mudou. Ele quer como quiser, quando quiser, do jeito que quiser. Isso exige processos que permitam reposição rápida, finalizações ágeis, atendimento de encomendas de última hora. Ter um mix de produtos que permita atender demandas de encomendas em 30 minutos ou uma hora é estratégia de sobrevivência e competitividade.
Feriados, eleições e Copa do Mundo: problema para uns, oportunidade para outros
Grandes feriados não são vilões. A falta de planejamento é. Por isso, quem sofre queda de vendas nessas datas precisa antecipar ações. Quem experimenta aumento precisa pensar em abastecimento. O risco não está no evento, está na falta de preparação.
A Copa do Mundo pode ser uma grande oportunidade para quem se organiza com antecedência. Organizar precisamente conforme os horários e dias de jogos não é detalhe, é planejamento de faturamento. No momento em que escrevo esse texto, o sorteio dos primeiros jogos recém aconteceu e eu já os coloquei na agenda: 13 de junho (sábado) às 19h; 19 de junho (sexta-feira) às 22h e 24 de junho (quarta-feira) às 19h. Transforme essa informação em atitude!
As eleições, por sua vez, têm um efeito claro: injeção de dinheiro na economia local. Mais pessoas na rua, mais consumo. Ser ponto de apoio, fornecedor de insumos, ponto estratégico de venda é uma sábia decisão de gestão. Cada região terá sua realidade, e quem entende o território sai na frente. Adapte-se para que o ano de 2026 realmente traga impactos positivos.
Produto fresco, saudabilidade e o controle de rupturas como meta
O consumidor está mais atento. Ele quer qualidade de vida. Ele quer viver mais e melhor. E a alimentação é uma peça central dessa decisão. Produtos que remetem à saudabilidade, tanto na funcionalidade quanto nos ingredientes e benefícios, precisam dividir espaço com a indulgência.
O erro está em enxergar esses universos do “eu mereço” com o “eu preciso” como opostos. Eles são complementares. O espaço da padaria precisa ser compartilhado: indulgência e saudabilidade podem e devem coexistir. E não se trata apenas de tendência, mas de atender públicos que possuem restrições alimentares como de açúcar, lactose, entre outras. Ignorar isso é abrir espaço para o concorrente e outras indústrias, como de biscoitos, snacks e pães de forma já lideram essa categoria.
Reduzir rupturas e perdas passa, obrigatoriamente, por processos. Frescor não é acaso. É gestão. E a padaria tradicional precisa reforçar o posicionamento em oferecer frescor. Não apenas em um horário do dia, mas o dia todo.
2026 não será sobre sorte. Será sobre preparação
Existe uma expectativa real de continuidade de crescimento para a indústria de panificação e confeitaria. Espera-se um fechamento de 2025 com crescimento de dois dígitos ou próximo disso, e uma manutenção dessa trajetória em 2026. O cenário é promissor. Eventos, novos hábitos de consumo e adaptação do mercado desenham um ano de oportunidades.
Mas é importante ser claro: esse benefício não será para todos. Ele será para quem estiver preparado. 2026 não será vencido por quem esperar que o cenário melhore. Será liderado por quem decidir melhorar o próprio negócio, independentemente do cenário. E nós, da Ideal Consultoria, estaremos contigo, orientando sobre as decisões estratégias e reformulando os caminhos necessários para que sua empresa seja ainda mais competitiva, produtiva e rentável. Entre em contato para organizarmos juntos um 2026 de saúde financeira.
Sucesso e até a próxima!